Dia da Inovação é todo dia!
Atentos ao fato de que a tecnologia recria realidades a seu tempo e que elas têm o propósito firme de melhorar a vida humana, a inovação deve ser vista como tarefa cotidiana, premente e inadiável.
Ainda mais quando as tecnologias exponenciais combinadas entre si, promovendo uma verdadeira hecatombe em todos os sistemas, degenerando as coisas no entorno com uma velocidade impressionante, guardam para a inovação algo realmente urgente.
Em um mundo exponencial, sabe-se que o passado está muito amalgamado no dia a dia das empresas, portanto, cristalizado no presente delas. Os olhares vêm do conceito de legado passado para a concretização do presente em uma visão de curto prazo.
A necessidade de se olhar para futuros plurais, através de metodologias específicas, para concretização de futuros de curto, médio e longo prazo tem sido o desafio de todas as estruturas pautadas pelo presenteísmo patológico que demonstram.
Em ambientes com profundas mutações, em cenários de imprevisibilidade total, há de se antecipar os futuros, para melhorar as respostas referentes às questões de perenidade e de criação de valor envolvidas.
Olhar para este segmento refere-se a dar capacidade e capilaridade de compreensão onde não se pode imaginar que estamos todos prontos. Na realidade, deveremos estar prontos para nunca mais estar prontos, dada a necessidade de se abarcar componentes polímatas, aplicados a um mundo nada óbvio, que se pauta por uma visão que vai da alta tecnologia de um lado até a filosofia do outro.
Isto impõe o fato corrente de que a urgência de mudança compele a todos agirem na mesma ordem e profundidade principalmente quando a ideia fica difusa para a principal questão de base que é o fato de que se deve saber como gerar valor quando tudo muda o tempo todo e, claro, isso obriga a visão do que fica projetado para um futuro preferível e aquilo que ficará no passado.
Em tempos de modernidade líquida, onde a mudança é a única coisa permanente e a incerteza a única certeza, conforme nos coloca o filósofo, Zygmunt Bauman nos traz o tom de como as coisas devem ser pronunciadas.
Nunca se deve subestimar a capacidade do caos e seus efeitos, porque nem sempre a ordem e o controle conseguem manter a escalada da mudança sob a mira dos executivos. Na realidade, o mundo caótico nos traz uma realidade de ser visualmente a desorganização das estruturas todas, mas é justamente o contrário.
O caos, que é o primeiro grande deus primordial da mitologia grega, significa “abismo”, “vazio” ou “imensidão do espaço”, referindo-se ao espaço vazio primordial, o deus do escuro, do grande caldeirão criativo, pois nele reside a criatividade, as incertezas, a espontaneidade, o improviso e o imprevisível, todo o surgimento do novo, que é exatamente onde mora a inovação.
Ao se tentar “organizar” o caos, mata-se o futuro ao mesmo tempo. Ao contrário do estabelecido que são as questões de ordem fundamentalmente pautados pelo fordismo que são todos os ambientes extremamente previsíveis, cheios de padrões, praticidade extrema, excesso de rigidez, que castra a imaginação e que fere de morte a fertilidade.
Lidar com o caos, o caldeirão da fertilidade e apropriar tecnologias com finalidades de resolver os grandes, enormes problemas do mundo, requer pensamento sistêmico, antifragilidade e uma dose generosa de transgressão promovida pela criatividade, por aquilo que parece ser o item mais em falta no mundo que é a imaginação.
Ser inovativo é se livrar de amarras, se jogar no novo, é regenerar, restaurar, renascer, é também sobreviver, estabelecer novos começos, transformar, é atuar plasticamente, é ser antifrágil.
Por tudo isto, é necessário para se criar um mundo completamente novo. Portanto, o jeito com que se imagina o futuro muda as ações em tempos presentes. Não é o presente que constrói o futuro, mas o futuro também constrói o presente.
Entre cisnes negros, rinocerontes cinzas, ficção científica, pensamento rizomático e ampliação brutal da visão periférica estão entre os requisitos mais urgentes de compreensão. Quer viver em um mundo nada óbvio? Comece, não espere ficar pronto. Comece.